quarta-feira, julho 28, 2010

.comigo.


Sabe, tive tanta dificuldade pra aceitar as coisas como elas são.
Essa coisa de receber amor e conseguir entregá-lo de braços abertos.
E esses dias todos aprendendo a te esperar com o coração leve, e tantas manhãs te acordando ou sendo despertada por você...
Isso tudo fez algo mudar nos meus sentimentos, no meu agir, no meu não pensar antes de agir.
Me fez te encontrar sempre com um sorriso de quem está na expectativa de uma festa surpresa de aniversário.
Me faz aceitar finalmente as coisas boas, porque as ruins nem são tão ruins assim quando eu encontro você.
Me cicatrizou tantas feridas profundas que eu nem sabia mais aonde sangrava aquele choro doído, aquelas lágrimas abafadas pelo travesseiro já manchado de rímel e sal.
Tantas faltas, tantas perdas que já não tem mais lugar. Tantas rimas que eu guardei em mim por não ter um poema aonde coubesse um só verso feliz. Aí eu vi você.
Aos poucos você foi cobrindo de flores um deserto árido no meu coração. Ele conseguiu te esperar tempo suficiente sem ar pra hoje suspirar por cada passo seu.
Ah, quanto clichê. Quantas páginas de romances com um final feliz a se preencher.
Me preenche. Me faz seguir assim, caminhando com esta serenidade desconhecida.
Aquele riso escondido, quase secreto ao te ver.
Segura as minhas mãos antes de deitar. Deixa que eu te seguro quando você não puder se carregar.
Vem aqui, vai lá. Estamos juntos de fato. E esse acaso todo que nos uniu não nos conservou juntos por acaso, eu sei.
Sei que é de recíprocas diárias que se faz esse caminho todo que não sabemos direito qual é e pra quê.
Sei que eu te amo. E esta frase que antes parecia tão difícil de sentir ou falar, ganhou uma página toda a se escrever com você.

terça-feira, julho 20, 2010

.o peso das horas.


Sim, eu carregaria o mundo por você. Mas carregar o mundo não seria necessário se aí ou aqui existisse menos peso.
Mas há. Há tanta coisa e tão pouco tempo. Há tanta dor e pouca cura.
Tanto que não sei mais se há pouco em mim ou se nos outros existe tanta coisa a se fazer.
É isso de querer demais, de dizer demais, gastando palavras até esgotar todas as frases de efeito.
Não há efeito. Nem reação. Só marcas de uma luta já perdida contra si mesmo a todo instante.
Me carrega um pouco também. O peso do excesso já dói nos meus joelhos.
Me dá aqui a tua mão e deixa que eu guarde um pouco da tua leveza em mim.
Não me leva daqui agora, me espera, me segura pela cintura e não me deixa ir.
Não vai. As horas ainda demoram a bater, fica um pouco aqui. Passo um café e o tempo passa mais lento para que eu possa aproveitar mais de você. E de mim.
É tão frágil. É tudo tão efêmero quanto uma xícara de café a esfriar.
Aquece essa parte do meu coração que é fria como as mãos que estão vazias. Semeia esse quintal de pedra.
Tenho medo de não ter um lugar aonde aportar . Me aperta. Caminha comigo por essa estrada de pó e espinhos, para que ali, mais além, eu possa passar pela grama verde com você.
Assim nascem jardins. É amor. É você.