“E se algum homem tentar explicar as suas lágrimas, alerto: é mais fácil ligar a TV e esperar que descubram a solução para os Tsunamis!” Bic Muller
Homem que chora é bicha, é um molenga ou efeminado. Assim disse a má língua, e não fora a de um homem em pleno exercício, talvez pudesse falar tal coisa um adamado. Aquela dama de aparência rude, que insiste em se fingir macho, na estratégia errada do mexerico.
Todo homem, conforme vai crescendo, aprende a lição do fingimento. Quando filhotes, a maioria de nós, sujeitos machos, ouvimos que não devemos chorar. Que não pega bem chorar, que chorar é coisa de ‘viado’ e tudo mais que tenha o mesmo valor. E nossos educadores em ‘sábias palavras’ nos dizem para engolir o choro, para nos comportar como rapazes e não como ‘mariquinhas’.
Essa educação não é oferecida apenas através de uma voz máscula; as mulheres também nos ajudam na arte do fingimento. Aprendemos a fingir principalmente por elas, por uma questão de aparência que o instinto primário das selvas sempre nos irá exigir. Elas querem a força, temendo-a ou não, querem o que lhes falta(va).
Ser homem não é nada fácil. Nós choramos a vida com o punho, socando a nós mesmos dia após dia. Pra engolir o choro e provar que somos capazes de proteger enquanto um abraço, quando talvez tivéssemos a verdadeira vontade de sentar no colo e chorar como as crianças...
Estamos em desvantagem com o choro maternal, não temos ventre e somos paternos. Não carregamos o feto durante nove meses (ufa!). Não veríamos os nossos filhos irem para a guerra, pois estaríamos no mesmo campo de batalha. Pois uma parcela de vocês merece o nosso choro preso, que é aquilo que nos impulsiona a fazer guerra, e a história de muitos líderes mostrou isso...
- Então, não generalize. Fale das parcelas.
A parcela que não é de macho, a parcela que só finge, mas que não possui sujeito homem.
Homem não explica o choro. Homem de verdade, quando encontra com a mulher e a hora certa, permite que a lágrima surja quase que petrificada para escorrer discretamente pela face. E não explica.... As confunde, positivamente, mais ainda...