terça-feira, novembro 23, 2010
.doação.
Passamos tanto tempo olhando pros cantos que menos importam que por vezes, diante do novo, nos estranhamos e rejeitamos algo que sempre nos fez parte.
É assim todos os dias. Não há nada que não nos pertença legitimamente, nem as dores.
Mas tem aquele momento na vida em que tudo de repente nos faz polir esses nossos sentimentos cheios de pó e esquecidos.
E as vezes, a ira também nos pertence. As vezes precisamos de alguém como um farol nessas tempestades de dentro.
Hoje eu dou mais valor a estas pessoas que estão aqui mais pra ensinar do que aprender.
Silencio e aceito.
Acato essas lições da vida e as guardo em mim.
Quanto mais caminhamos, mais aprendemos a desviar sem nos corromper.
Quanto mais caminhamos, mais aprendemos a cair sem machucar.
Ah, quem dera não cair mais.
Quem dera não ter mais ira, nem dor.
Mas é nesses momentos em que tudo está tão confuso e nublado que olhamos o outro como um reflexo de todos os nossos pecados e perdões.
E é no outro que olhamos pra nós mesmos sem pudor.
É ajudando o outro a não desviar que encontramos as estradas certas. E segurando o braço de alguém que conseguimos nos levantar.
Pra estas pessoas que eu dedico meu sentimento estranho de hoje.
Obrigada a você que me ergue quando eu caio, obrigada a você que me faz pertencer à mesma estrada como iguais. Obrigada a você.
quinta-feira, novembro 11, 2010
.Fragilidade.
Hoje acordei no modo automático, sem prestar atenção direito nas coisas, tropeçando nos móveis da sala, escorregando em alguns sonhos que estavam displicentes esquecidos no chão.
Mas a vida exige um cuidado, vejo isso.
Um cuidado que apenas não se cobra, mas pesa.
E quando nós menos esperamos, essa leveza toda da vida faz mais fortes novamente.
Viver é mais que respirar.
E quando nós estamos diante de tudo, contra nossa mente, essa batalha está perdida.
Nós, humanos, não podemos lutar por nada além da nossa existência.
Somos apenas seres que sempre estão acabando de se conhecer, mas entre um adeus e um olá, nos enxergamos como iguais, talvez tentando chegar ao mesmo lugar.
Hoje estou triste, é só.
Talvez por perceber que a vida, implacável, as vezes escapa frágil das nossas mãos.
Talvez por notar que no limite dela, nós nos apegamos com todas as forças aos últimos suspiros.
Por não saber dizer olá e adeus como eu deveria, por achar que simplesmente tenho que continuar aceitando que o destino nos faz pares diante desse desconhecido futuro.
Por querer dar a mão e segurar forte quem vai, e por saber que quem fica é apenas mais um a respirar aqui.
Tanta gente pedindo pra ficar, tanta gente se despedindo pra ir e eu entre esses olás e adeus todos continuo a suspirar sem despedidas.
quarta-feira, julho 28, 2010
.comigo.
Sabe, tive tanta dificuldade pra aceitar as coisas como elas são.
Essa coisa de receber amor e conseguir entregá-lo de braços abertos.
E esses dias todos aprendendo a te esperar com o coração leve, e tantas manhãs te acordando ou sendo despertada por você...
Isso tudo fez algo mudar nos meus sentimentos, no meu agir, no meu não pensar antes de agir.
Me fez te encontrar sempre com um sorriso de quem está na expectativa de uma festa surpresa de aniversário.
Me faz aceitar finalmente as coisas boas, porque as ruins nem são tão ruins assim quando eu encontro você.
Me cicatrizou tantas feridas profundas que eu nem sabia mais aonde sangrava aquele choro doído, aquelas lágrimas abafadas pelo travesseiro já manchado de rímel e sal.
Tantas faltas, tantas perdas que já não tem mais lugar. Tantas rimas que eu guardei em mim por não ter um poema aonde coubesse um só verso feliz. Aí eu vi você.
Aos poucos você foi cobrindo de flores um deserto árido no meu coração. Ele conseguiu te esperar tempo suficiente sem ar pra hoje suspirar por cada passo seu.
Ah, quanto clichê. Quantas páginas de romances com um final feliz a se preencher.
Me preenche. Me faz seguir assim, caminhando com esta serenidade desconhecida.
Aquele riso escondido, quase secreto ao te ver.
Segura as minhas mãos antes de deitar. Deixa que eu te seguro quando você não puder se carregar.
Vem aqui, vai lá. Estamos juntos de fato. E esse acaso todo que nos uniu não nos conservou juntos por acaso, eu sei.
Sei que é de recíprocas diárias que se faz esse caminho todo que não sabemos direito qual é e pra quê.
Sei que eu te amo. E esta frase que antes parecia tão difícil de sentir ou falar, ganhou uma página toda a se escrever com você.
terça-feira, julho 20, 2010
.o peso das horas.
Sim, eu carregaria o mundo por você. Mas carregar o mundo não seria necessário se aí ou aqui existisse menos peso.
Mas há. Há tanta coisa e tão pouco tempo. Há tanta dor e pouca cura.
Tanto que não sei mais se há pouco em mim ou se nos outros existe tanta coisa a se fazer.
É isso de querer demais, de dizer demais, gastando palavras até esgotar todas as frases de efeito.
Não há efeito. Nem reação. Só marcas de uma luta já perdida contra si mesmo a todo instante.
Me carrega um pouco também. O peso do excesso já dói nos meus joelhos.
Me dá aqui a tua mão e deixa que eu guarde um pouco da tua leveza em mim.
Não me leva daqui agora, me espera, me segura pela cintura e não me deixa ir.
Não vai. As horas ainda demoram a bater, fica um pouco aqui. Passo um café e o tempo passa mais lento para que eu possa aproveitar mais de você. E de mim.
É tão frágil. É tudo tão efêmero quanto uma xícara de café a esfriar.
Aquece essa parte do meu coração que é fria como as mãos que estão vazias. Semeia esse quintal de pedra.
Tenho medo de não ter um lugar aonde aportar . Me aperta. Caminha comigo por essa estrada de pó e espinhos, para que ali, mais além, eu possa passar pela grama verde com você.
Assim nascem jardins. É amor. É você.
terça-feira, junho 22, 2010
.sem som.
Hoje completei minha primeira volta em torno do sol sem você.
Minha primeira caminhada sem dividir meus silêncios todos ao teu lado.
Ah, minha maior amiga. Falta sempre aquele espaço .
Falta a cadeira de balanço dando ritmo a tua rotina.
Falta-me a calma. "a demora para o nosso reencontro é o que me aflige agora".
Tuas palavras de paciência. Pedindo-me sempre para saber esperar.
Nunca soube.
Essa lacuna que eu nunca soube deixar preencher novamente.
"Deixa-me ir desta vez". E foi.
Eu aqui com o coração na mão e a cabeça sempre nas nuvens. Te deixei ir. E foi.
Cantei pra você dormir pela ultima vez. Nossa ciranda cessou e eu rodopiei sozinha pela primeira vez.
Tanta coisa pra te mostrar, tanta coisa pra calar e só esperar teu colo me redimir.
Teu perdão sem nunca ter lhe pedido (pois já não havia tanto tempo a se perder com perdões)
O mundo girou aqui essa tua ausência. Ainda dói, não te minto.
Queria te mostrar tanta coisa agora. Hoje e ontem e o anteontem que amanheceu e passou. Queria te levar flores e ver você sorrir. As flores sempre foram reciprocas contigo, sorriam também. Meu amor e o teu era todo feito das mesmas reciprocas.
Sorri. Se há motivos pra lhe sorrir sempre. Sorrio daqui também.
Nossos segredos e verdades todas. Era tudo tão nosso e nos pertenceu legitimamente até o fim.
Mas depois deste fim tive outros recomeços. Eu que não canso de recomeçar, mesmo quando a vida me parece tão difícil e pesada pra carregar sozinha.
Eu sigo convivendo com meus nãos e fins, pois aprendi contigo que essas coisas e outras não terminam aqui assim.
O que nos pertence segue conosco, mesmo que seja difícil compreender que não se ver mais lado a lado não era o fim. Agora eu sei.
Me contento com nossos abraços invisíveis, nossos breves encontros em sonhos, com as flores que estão ali na janela esperando sorrir pra você. Te conto meus segredos. Nunca precisamos de palavras tanto assim.
Só quero que saiba que estou bem por aqui. Quero que receba as flores imaginarias que carrego aqui no meu coração, minhas palavras que sempre foram as mais doces para você.
Quero que sorria ai deste teu mundo bonito ao pensar que eu também sorrio daqui por saber que você (minha parte mais bonita) esta aí de cima a me ver.
Nossos segredos e verdades todas. Era tudo tão nosso e nos pertenceu legitimamente até o fim.
Mas depois deste fim tive outros recomeços. Eu que não canso de recomeçar, mesmo quando a vida me parece tão difícil e pesada pra carregar sozinha.
Eu sigo convivendo com meus nãos e fins, pois aprendi contigo que essas coisas e outras não terminam aqui assim.
O que nos pertence segue conosco, mesmo que seja difícil compreender que não se ver mais lado a lado não era o fim. Agora eu sei.
Me contento com nossos abraços invisíveis, nossos breves encontros em sonhos, com as flores que estão ali na janela esperando sorrir pra você. Te conto meus segredos. Nunca precisamos de palavras tanto assim.
Só quero que saiba que estou bem por aqui. Quero que receba as flores imaginarias que carrego aqui no meu coração, minhas palavras que sempre foram as mais doces para você.
Quero que sorria ai deste teu mundo bonito ao pensar que eu também sorrio daqui por saber que você (minha parte mais bonita) esta aí de cima a me ver.
quinta-feira, maio 20, 2010
.Cartas para vovó.
Já faz tanto tempo que você está aí do outro lado.
Às vezes parece que esse tempo nem passou. As roupas ainda estão com seu cheiro e eu ainda me lembro perfeitamente dos teus olhos azuis e da textura dos seus cabelos.
Não digo que a saudade dói menos. Não digo que me acostumei com essa tua ausência.
As coisas mudaram tanto aqui depois da tua viagem.
Essa coisa toda de libertar, de fazer com que isso tudo faça sentido, esta espera pra um reencontro, você daí deste lado aonde não existe mais tempo, eu sem tempo pra nada...
As horas em que a saudade me aperta tanto que as lágrimas ainda insistem em salgar meu rosto.
Tenho tanto pra te contar.
Tanta coisa que só você entenderia. Tem abraços que só você poderia dar.
Inexplicável essa sensação que o tempo errou ao te levar. Como o destino acertou ao te fazer minha alma mais amiga.
Eu no descompasso das horas e você aí bailando nas nuvens.
Eu vim pra cá pra ser sua neta, você veio aqui pra ser minha avó.
Sabe, tenho um novo amor, tenho novos cachorros, comprei flores pra deixar na janela e pela primeira vez não comprei um par delas pra deixar uma na sua.
Tenho um novo trabalho, você teria até orgulho.
Você sempre teve.
Hoje o dia por aqui está cinza. Às vezes os dias ficam mais cinzas aqui. às vezes eu choro dentro do coração e às vezes eu me tomo de uma alegria tão grande com as coisas.
às vezes confesso que fico à espera da tua visita. Da tua chegada certa na minha porta.
por vezes eu abraço o ar e espero que o invisível faça o resto.
Ah, esse mundo infinito de infinitas coisas.
Essa ânsia de viver as coisas todas plenamente como você fez.
Eu nunca te escrevi uma carta antes.
Eu deixei tantos beijos guardados pra amanhã.
Eu sempre te disse da minha admiração pela sua alma nobre e brilhante.
Não tem explicação pra duas almas se amarem tanto assim, não precisa.
Eu sempre fui mais sentimental. Pra mim, a despedida doeu mais porque eu sempre achei lá no fundo que nós deveríamos ter sido uma só.
Mas Deus tem seus planos, há de ser tudo grandioso e belo e esse sentimento que é quase razão vai ser parte de uma coisa que (inexplicável aos olhos) nos faz ser.
Obrigada por ter sido tanto pra mim. Obrigada por me fazer tão feliz. Por tanto que se doou pra fazer das coisas da vida um caminho de amor.
Sigo aqui, passando pelo tempo, vivendo tão plenamente, amando e desejando as coisas, girando o mundo pra que algum dia, em alguma estação que há de chegar, você esteja de braços abertos ao me reencontrar neste trem da vida.
quinta-feira, maio 13, 2010
.perdão, perdi.
Perdão por toda a minha implicância.
Por todas as coisas que eu não quis enxergar.
Essa cegueira nunca me deu paz alguma.
Me desculpe por essa pressa de sempre, por eu estar sempre querendo ficar um pouco mais, por querer um pedaço a mais, me desculpe por essa pressa sempre acabar atropelando tudo (inclusive nós).
Me perdoe por eu ser tão insensata, por não olhar ao atravessar a rua (e as coisas)
por eu sempre estar chegando atrasada, por eu sempre ter tempo demais pra tudo o que eu não sei dizer, a respeito do que eu senti (e sinto. sinto muito).
Por às vezes eu fazer as coisas mais importantes pra mim parecerem banais,
por este medo todo de ser importante para os outros e o medo maior ainda de não ser importante pra você (que é o que me faz sentir tanto medo de tudo).
Essas lágrimas que sempre aparecem, tanto sal, sal demais.
Essa mania de achar que a minha mágoa é sempre maior, ou que ela vai diminuir se eu magoar mais os outros. Não vai, porque ela nunca foi grande e nem maior do que todas as outras coisas.
Não quero ir sem ser. Só quero ficar aqui, exatamente aonde estou (nos seus braços)
Quero sempre mais e o tempo todo, todo o tempo.
Essa coisa de querer tudo é tão minha, me perdoe por isso também.
Egoísmo é prisão.
Eu só quero ter as coisas sem ser tão superficial.
Quero ser especial, quero tanto que acabo metendo os pés pelas mãos.
Quero as mãos. As tuas nas minhas sempre.
Ser sempre tua. E pra isso não tem pecado nem perdão.
domingo, maio 09, 2010
.amor maior.
Estava quebrando a cabeça pra fazer um texto sobre a pessoa mais especial da minha vida.
Não é fácil descrevê-la, pois ela nunca foi uma mulher só.
Ela é mãe, irmã, amiga, anjo, conselheira, defensora.
Sempre foi. Sempre vai ser aquela que nunca saiu do meu lado em nenhum segundo da minha história.
Minha mãe é única. Sou uma sortuda pela família que tenho. E nos momentos em que só ela foi minha família, continuei me sentindo sortuda só por ela estar ali.
Uma artista. De muitas artes. Das pinturas que faz, da maneira que vive, do modo que me ensinou a viver, de todas as coisas que me ensinou com paciência.
Que me deu seu ventre pra morar, que me deu o meu primeiro alimento, que viveu os momentos ruins no meu lugar e se jogou na frente de todo o mal pra nada me atingir.
Guerreira do dia a dia. Esqueceu o sono pra que eu pudesse dormir em paz, mediu febre, dormiu ao meu lado cada vez que tive pesadelos.
É incrível quanto a gente precisa viver pra entender que a primeira pessoa que conhecemos é a que sempre vamos amar mais.
A dona da palavra incondicional.
Que foi compreensiva mesmo quando eu fiz as coisas imperdoáveis.
Quem me abraçou passando as mãos leves no meu cabelo quando tudo parecia (e estava) perdido.
E ela está ali. Com suas manias e seu jeito quase adolescente às vezes.
Quando chora com a dor de uma criança que perdeu o brinquedo. Quando chora com a dor de uma mulher que sente e sofre as dores da vida.
Bonita. Linda. Bela. A mais bela de todas.
Que carrega um orgulho no sorriso simplesmente por ser mãe.
Com sua teimosia taurina, seu jeito às vezes meio sisudo, seus planos, tantos planos, tantas coisas sempre a fazer.
Meu orgulho, minha artista, minha doce amiga é você.
Meu caminho de casa, minha volta pra casa, minha casa.
Nossas coisas só nossas, só nós duas, uma só, eu e você.
Não é fácil descrevê-la, pois ela nunca foi uma mulher só.
Ela é mãe, irmã, amiga, anjo, conselheira, defensora.
Sempre foi. Sempre vai ser aquela que nunca saiu do meu lado em nenhum segundo da minha história.
Minha mãe é única. Sou uma sortuda pela família que tenho. E nos momentos em que só ela foi minha família, continuei me sentindo sortuda só por ela estar ali.
Uma artista. De muitas artes. Das pinturas que faz, da maneira que vive, do modo que me ensinou a viver, de todas as coisas que me ensinou com paciência.
Que me deu seu ventre pra morar, que me deu o meu primeiro alimento, que viveu os momentos ruins no meu lugar e se jogou na frente de todo o mal pra nada me atingir.
Guerreira do dia a dia. Esqueceu o sono pra que eu pudesse dormir em paz, mediu febre, dormiu ao meu lado cada vez que tive pesadelos.
É incrível quanto a gente precisa viver pra entender que a primeira pessoa que conhecemos é a que sempre vamos amar mais.
A dona da palavra incondicional.
Que foi compreensiva mesmo quando eu fiz as coisas imperdoáveis.
Quem me abraçou passando as mãos leves no meu cabelo quando tudo parecia (e estava) perdido.
E ela está ali. Com suas manias e seu jeito quase adolescente às vezes.
Quando chora com a dor de uma criança que perdeu o brinquedo. Quando chora com a dor de uma mulher que sente e sofre as dores da vida.
Bonita. Linda. Bela. A mais bela de todas.
Que carrega um orgulho no sorriso simplesmente por ser mãe.
Com sua teimosia taurina, seu jeito às vezes meio sisudo, seus planos, tantos planos, tantas coisas sempre a fazer.
Meu orgulho, minha artista, minha doce amiga é você.
Meu caminho de casa, minha volta pra casa, minha casa.
Nossas coisas só nossas, só nós duas, uma só, eu e você.
sábado, abril 24, 2010
.joão e maria.
É, foi você que me deu o meu primeiro abraço. No meu primeiro tombo de bicicleta foi você que me ergueu do chão.
Caí tantas vezes depois. Me ergueu tantas outras vezes também.
Sinto falta do João e Maria pra eu dormir.
Sinto medo por não caber mais uma música entre nós dois, pai.
Sinto tanto.
Se eu errei, se você errou, não sei mais.
Se as coisas já não são as mesmas entre nós. Se nós dois perdemos as chances de nos abraçar como antes.
Você me ensinou. Espero ter ensinado você a ser mais do que pai.
A vida está passando por nós dois agora. A gente anda se despedindo de pessoas demais.
Meu primeiro amigo. Meu primeiro herói.
Segui teimosa o meu caminho. Teimoso você me deixou seguir.
Não erramos tanto assim.
Eu fui a sua primeira bailarina. Fui a sua amiga desde a primeira batida do meu coração.
Se somos tão iguais, se isso te assusta, tudo bem.
Se toda essa distância entre nós dois é apenas porque caminhamos lado a lado, fico aqui.
Nós só queremos essa paz.
Quero encontrar o meu herói novamente. Quero aquele pai que me fazia não sentir medo de nada. Quero tanto poder ter nossos passeios até logo ali, construir nossos castelos e dividir os mesmos livros.
Enfeitar nossas histórias, ouvir as tuas músicas, sentar num café e te dizer que eu cresci.
E te contar que se eu cheguei até aqui, foi porque nos momentos mais difíceis do meu caminho, você segurou a minha mão e me ajudou a seguir...
Caí tantas vezes depois. Me ergueu tantas outras vezes também.
Sinto falta do João e Maria pra eu dormir.
Sinto medo por não caber mais uma música entre nós dois, pai.
Sinto tanto.
Se eu errei, se você errou, não sei mais.
Se as coisas já não são as mesmas entre nós. Se nós dois perdemos as chances de nos abraçar como antes.
Você me ensinou. Espero ter ensinado você a ser mais do que pai.
A vida está passando por nós dois agora. A gente anda se despedindo de pessoas demais.
Meu primeiro amigo. Meu primeiro herói.
Segui teimosa o meu caminho. Teimoso você me deixou seguir.
Não erramos tanto assim.
Eu fui a sua primeira bailarina. Fui a sua amiga desde a primeira batida do meu coração.
Se somos tão iguais, se isso te assusta, tudo bem.
Se toda essa distância entre nós dois é apenas porque caminhamos lado a lado, fico aqui.
Nós só queremos essa paz.
Quero encontrar o meu herói novamente. Quero aquele pai que me fazia não sentir medo de nada. Quero tanto poder ter nossos passeios até logo ali, construir nossos castelos e dividir os mesmos livros.
Enfeitar nossas histórias, ouvir as tuas músicas, sentar num café e te dizer que eu cresci.
E te contar que se eu cheguei até aqui, foi porque nos momentos mais difíceis do meu caminho, você segurou a minha mão e me ajudou a seguir...
terça-feira, abril 20, 2010
.poema para um domingo de manhã.
Entrega às minhas mãos como eu me entreguei.
Ergue meus sonhos no alto das mãos, para que eles possam voar.
Desvia-me do chão.
Vem, que essa viagem é nossa. Vai pra lá sem olhar.
Se nós dois, pares, chegamos até aqui
É esse o nosso roteiro secreto de cores e sons.
Não vai. Não vem.
Deixa assim como está. Calado. Pensamentos alados.
Me dá essa cena pra olhar até cansar.
Rabisca as fotos antigas, corta fora esta minha ferida que não sangra nunca.
Calos.
Vem cá. Tá tudo bem. A gente tem direito de ser.
Não olha agora, mas tá lá.
Tá aqui o que a gente vive. Não me obrigue. Obrigada. Volte sempre.
Não vá mudar meus móveis de lugar.
Minhas roupas, teu cheiro. Me traga tudo. Traga teu cigarro em paz.
Tudo meu. Tudo tão seu que já não sei.
Me entreguei.
segunda-feira, março 29, 2010
.Pra viver de amor.
Tenho andado pelo mundo sem notar quantas arestas eu aparei nesses meus sentimentos todos que me fazem ser.
Sou eu, mais eu do que antes. Sou eu desde o começo.
Caminhando intacta por todos os nós e os laços. Desatando a chorar, porque lágrimas não se emendam (nem de dor, nem de alegria)
Hoje olhando o incerto, o inseguro, o começo confuso de tudo, não preciso de um fim.
Nem tudo cresce das finalidades. Nem dos finais. Agora eu sei que os finais nada mais foram que vírgulas e reticencias. Tudo assim como eu.
Não há nada que me faça desviar ou corromper além das minhas vontades todas de ser.
Se eu canto o "larara" das músicas, se eu mexo as mãos no ar (desvairadas), se existe algo no que eu não creia, nada disso vai além da minha fé extrema e certa.
Já fui, já voltei. E de lá eu me vi tão par à mim mesma tantas vezes. É som, é dor, é a paixão que me rege, sem regras banais.
Se há guerra em mim, luto. Se há paz, alimento. Se há amor, ele é tudo.
Tudo em mim é o que me trouxe até aqui, nada menos.
E vou além dos nós na garganta e os arrepios na pele já calejada por andar descalça e despida pela estrada. É tanto amor pra me dar a direção. É tanta gente a me esperar em qualquer lugar.
É a vida.
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
.postais para quem está longe.
Quero tanto te dar aquele abraço apertado que a gente já deve uma à outra sem cobranças.
Quero que saiba que estou aí com você.
Que o nosso mundo, que já é tão colorido nas nossas lembranças, hoje ganhou cores tão novas, miúdas, as mais gostosas de se ter.
Quero que saiba que a cada passo teu aí, eu ando aqui com vocês (agora dois) no coração.
Que você, que agora está multiplicando essa luz toda que vem do teu sorriso, possa saber que o meu sorriso daqui não é menor.
E pra você, que é a maior, que é aquela que faz falta aqui, que sempre será a alma amiga que eu conheci em algum outro caminho de alguma outra vida e reconheci nesta, você sempre vai ter um espaço colorido e uma grama verde pra passar o tempo e as tardes aqui.
Que hoje, justo hoje que você ganhou este presente, eu estou aqui arrumando um espaço no coração pra caber mais uma alma, uma alma tua, que desejo de todo o coração que seja mais uma alma amiga, uma pequena, que em breve vai caminhar na grama e ver as cores do entardecer aqui também.
Daqui deste lado, agora espero em dobro a tua presença, mas saiba que a tua ausência nunca doeu, ela apenas virou duas vezes saudades.
Daí do teu lado de lá, receba meus beijos no ar, meus abraços apertados, meus postais imaginários que só você consegue ler e entender e tenha a certeza que você é uma daquelas amigas que sempre me fazem chorar de alegria. um beijo do tamanho deste mundo, que nunca será tão grande quanto o meu amor por você(s)
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
.re-começo.
Nas tempestades que a vida traz
Encontrei paz num canto esquecido
Ali atrás, logo depois do tormento surgir
Abri os olhos o vi adormecido.
Surge então um novo gosto na boca seca
O amargo virou tudo de pernas pro ar
Castelos de cartas desabando logo ali
Virando a esquina pra te encontrar
Teus olhos lendo tudo em mim e um pouco mais
Aquele todo dia que é gostoso de se ter
Todos os finais de tarde virando postais
Juntando as mãos pra entre as tuas aquecer
E nesse encontro todo viro flor no teu caminho
E você vira o meu todo do avesso
Faço rimas pra embalar o o teu dia
Sendo tão sua que é assim que eu me conheço
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