terça-feira, fevereiro 08, 2011
.fazendo história.
São tantas janelas e quartos. Tantos cômodos diferentes, tanta luz.
Tantas conversas sobre o tempo.
Tanto tempo a se viver e a se dividir.
Tanto a se falar que já nem sei mais o que dizer.
Sempre tem um pássaro novo, nova flor.
É tanta beleza que a gente nem repara.
Não há como reparar o que se foi.
E é esse mundo, esse imediato que a gente desperdiçou por querer ser demais.
Não olha pra trás, já foi.
E o infinito está aqui ainda, esperando não deixar de ser grande nem muito.
Eu fui. Sempre vamos. E esse partir é o que nos faz inteiros.
E o ficar aqui também é escolha.
Não fui. Nem sempre vamos adiante do que podemos enxergar.
O partir nem sempre é escolha.
Talvez não seja nada mais do que se leva.
Esse som agúdo demais, essa saudade tão grande das grandes coisas que não foram nossas.
Não era pra ser mais. O que foi não é mais nosso e o que está pra chegar ainda não nos pertence.
Perdemos tudo o tempo todo.
Perdemos pra dar lugar ao que vai nos ganhar.
É o equilíbrio.
Essa fúria com que desejo, sempre querendo mais e mais.
Essa coisa toda de ter um lugar só meu no mundo.
É tanta coisa pra querer.
Queria ter dito mais, queria ter falado menos.
Queria que os abraços de despedida jamais fossem um adeus.
Tanta gente que vai.
Eu e minha dificuldade insuperável de deixar ir.
Essa saudade incontrolávem dos que foram pra lá.
É a vida. E viver é aceitar que a morte é implacável e vem.
É a espera pra ter novamente o que se foi. Aqui ou ali.
O além não é tão longe, mas não se enxerga.
E o invisível está aqui.
Hoje foi. Amanhã ainda não é.
E nessa lacuna entre chegar ou partir estamos.
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