segunda-feira, março 26, 2007

O Impulso da Razão[Artur, o impulsivo]

A vida é feita do conflito entre as escolhas. Aquilo que escolho, desvia-me do caminho que seria um rumo ao acaso, que, ainda assim, seria um caminho. No entanto, quando não há escolha, a opção inexiste e ainda determina mil outros caminhos ao acaso. Kant, o senhor da ética e da moral, disse que cumprir nosso dever é seguir a ética moral, excluindo a hipótese da felicidade, cumpra apenas o seu dever. Sinceramente, eu me pergunto sobre a busca da felicidade, usando-a como um fim. Seria mesmo necessário ser feliz, andar sorridente, quando a miséria humana exclui a possibilidade de o ser se completar por si só. Ora, somos fracos. Os que usam do cinismo afirmam que não. Alguns dizem que a solidão é uma doença, que viver só por viver não basta. Eu vos digo, tal como Proust, aprendi melhor quando sofri e estive só. E tal como Kant, não me bastava fazer o correto segundo os olhares, mas correto por cumprir aquilo à que me determinei sem ação exterior. Mas, ainda não sou correto aos olhos de Kant, por mais que o interior busque ser correto, cumprir seu dever. Concedo-me o previlégio de acreditar que sou correto comigo, num mundo onde os `frios` e necessariamente cruéis, tornam-se corretos.

segunda-feira, março 05, 2007

So Happy Together ( Artur, Demasiado Artur)

Imagino que estou passeando de mãos dadas num bosque, saltitando como nas cenas do cinema, enquanto aperto forte a mão que compartilho. O caminho é único, não há direita e nem esquerda, é um campo livre onde sonhamos. Os beijos são únicos, os abraços também, mas os sonhos diferem. Então as bocas se afastam, os abraços repelem e os sentimentos deságuam. É chegada a hora de pôr os sentimentos pra secar, como na música que ouvimos. Porém, a mente engana, não quer se realista, quer voltar a voar; entrelaçar as mãos e acreditar que as diferenças e vivências diferenciadas não existem - O coração acredita no que a cabeça contesta, e a vivência afirma - E, é a mesma vivência que criou a mais cruel casca que possuímos. A casca que nos fez sobreviver a cada corte, a cada rompimento forçado, onde a impotência resolveu nos ensinar a humildade, e dar um tapa em nossa atual expressão de tão pequena alma. Alma que não quer entender seus mais profundos desígnios, e prefere terminar pequena pelo egoísmo de um lado, e de outro, quer assumir seu papel maior; tornar-se grande, e se coroar. E, quanto a minha alma, ela deseja profundamente tornar o meu espírito maior; experimentando todos os tipos de tapa e suas dores. - Espanque-me vida! Sou masoquista por natureza. Transformo o céu em inferno com o estalar irônico dos dedos. Com um único estalar... Pois sou ‘humano, demasiado humano’. Tenho em mim o egoísmo, mas também prefiro libertar das culpas a afagar as tristezas.