sexta-feira, fevereiro 27, 2009



Não consigo sequer encontrar palavras para esta angústia velada que ando sentindo.
É vazio, é vão.
As pessoas vem e vão e eu nem sei mais se quero realmente que elas fiquem em mim.
Não me importo.
As melhores já se foram, em sua maioria.
Eu neste momento nem consigo desejar que o tempo pare, pois ele se arrasta pelos meus pés e me tira o chão.
Tão poucos me cativam, tão poucos me interessam agora.
Tão poucos eu realmente deixei que me vissem, assim como estou agora. Mais melancolia e menos fantasias.
Nem sei se desejo mais procurar estas palavras que eu sempre quis.
As frases prontas, rasguei.
Queria mesmo é não ter que olhar pela janela e ver que a tua janela também é a mesma.
Eu ainda sinto.
Sinto muito por mim, por eu não ter deixado o ar entrar na minha janela sempre fechada.
Eu me calei, minhas lágrimas secaram, mas eu ainda sinto quando procuro por algo que eu perdi no asfalto quente.
Tantas palavras, nenhuma serviu.
Minhas palavras já não cabem mais como antes.
Não cabe mais a mim te dizer como eu morro por dentro enquanto você morre em mim.
Dói. Doeu muito e ainda dói.
Perdi meus textos na sua gaveta, amigão.
E eu ainda sinto por isto.
Como poderia sentir mesmo, ninguém me explica.
Abrir minha janela está se tornando mais doloroso a cada dia.
Sinto falta. Sinto muito. Adeus.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

Hoje acordei cansada. Não se há de explicar um cansaço quando ele vem assim, de causas aparentemente desconhecidas, mas é quando a alma já cansou de lutar contra si mesma.
Sempre que esse caos desconhecido me toma, penso que é coisa passageira, que dormir mais talvez aliviasse a dor de ser.
Inevitáveis são os momentos em que a alma desconta o preço de ser. É tão honesta essa troca, como se fosse uma cobra que cresce e precisa de outra pele.
Arrebata de maneira tão intensa, que o ser se torna uma massa disforme, em busca de outro aspecto, talvez menos invariável, pouco mais tangível.
E é esta ruína na qual me encontrei pela manhã. Não era eu, era um bolo crescente de coisas as quais já não me cabiam.
Eu quis deixar de ser, mas é impossível.
Eu quis deixar essa forma exata e me transportar para um outro ser, o qual eu talvez entendesse pouco mais.
Não consegui. Esta forma de se enxergar é a que dói.
É a verdade cotidiana batendo, e ela machuca.
Quando a alma quer escapar pelos poros e respirar um novo fôlego sem partir.
Quando me dou conta das vezes que tentei fugir, penso que cada pele que troco é vã, pois ainda não me sinto grande e confortável para ser.
Talvez não seja grande.
Talvez eu seja uma alma vã que ainda quer ser maior, por puro prazer de ser mais.
Quero dormir.
Quem sabe eu acorde menos incomodada com meu ser.
Talvez eu só precise de cigarros e café.

domingo, fevereiro 15, 2009

[sinceridade que dói]

É fato, você me faz feliz. Por mais que isso doa em você, por mais fácil que seria causar dor e terminar. Desistir antes de começar, sair correndo sem deixar nenhuma lembrança da paz que você me traz.

Essa paz é mais ou menos como uma tempestade que nos faz perder o chão, seria mais fácil se a gente não tivesse aberto tanto o coração. Sei que é essa aflição de fazer bem a alguém o que corrói por dentro. Tão mais fácil desgostar, causar aquela confusão na vida do outro e fazer sofrer.

Sei que machuca todo o meu sorriso pra você, as lágrimas são tão mais fáceis de causar. É tão mais fácil errar, cometer pequenos crimes e ir embora.

Eu entendo que tirar os olhos um do outro vai ser levar embora um pedaço,sei que amar alguém enquanto há uma ampulheta no coração causa uma ferida nos dois, sei que ser tão perfeito pra outra pessoa não é coisa que se encontra em cada esquina.

E esse é o típico sonho que não queremos acordar. É o tal menino sem rosto que agora tem nome, mas o despertador insiste em tocar todas as manhãs avisando que o tempo passa e as coisas mudam demais.

Você nunca me fez chorar. Chorei por mim. Não, esta tristeza não é sua e não quero que a roube de mim.

Eu nunca acreditei no “pra sempre”, mas pela primeira vez eu senti vontade que fosse. Mas o pra sempre é tão efêmero quanto os minutos gastos pra escrever estas palavras.

Sei que arrombar a sua porta aos pontapés não foi a melhor opção, remexer as suas feridas buscando mais do seu sangue só me fez querer te abraçar mais, sei que o meu desespero gritou nos seus ouvidos até eu perder a voz, sei que quebrar os nossos sonhos na parede não adiantou pra nos fazer descer desta roda gigante na qual estamos, tantos altos e baixos e bilhetes escritos junto ao café da manhã.

Faz tanto tempo que isso acabou de começar. Fazia tanto tempo que eu estava sem você.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

[é isso]



É, as vezes a ferida reabre e ainda sangra. Por cinco minutos. Cinco malditos minutos.
Cinco minutos é o tempo necessário para pensar se todo o resto do tempo valeu mais que isso.
Acho que não.
Sempre achei que não valeria a pena se no futuro eu pensasse somente por alguns minutos nos meus sentimentos por alguém.
A gente sabe que não valeu a pena. Eu sei. Nem sei se você sabe.
Mas quando eu vejo alguma indireta tua pelos muros que não reparo mais, só penso que você e eu não olhamos mais pro mesmo lugar.
Nem iremos mais olhar. Por mim não vamos. Nem por mim, nem pra você.
Não fui eu quem perdeu as tuas frases soltas por aí. Foi você quem perdeu. Quem me perdeu foi você!
.não sabia o que escrever pra dizer como eu me sentia a respeito de tantas coisas que eu não queria compreender, pois eram as tuas.

sábado, fevereiro 07, 2009

[poema instantaneo]



Deixa tudo como está.
Só o tempo pode curar.
O que o tempo não pode juntar.
Alguém avisa o meu amor que eu estou.
Amanhecendo no mesmo lugar.
Janeiro já se foi outra vez.
E eu ainda não sei te deixar.

[salvar como rascunho]


.nem tudo era como o destino queria.
.ele ia todo prosa.
.ela vinha com poesia.

[1+1]


.quando já não cabem mais frases entre dois, é porque se tornaram sílabas só de se olhar.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

[fim do seu túnel]



.é sempre assim, a gente se perde na dor e se encontra no fim.