terça-feira, junho 12, 2007

Se é assim, quero sim [Acho que vim pra te ver]

A caixinha de músicas tocando uma melodia tão distante. Vontade de dançar os meus sonhos todos. O compasso das canções de amor feliz, a felicidade de ver alguém feliz e isso bastar pra gente querer ser quase feliz, ou menos triste.

É querer acordar pra ver ele, querer dormir cinco minutos além pra sonhar mais.

É escrever por ser legal contar sobre aquelas todas coisas tão banais, porque a gente gosta mesmo nas coisas banais, os grandes motivos nunca são suficientes.

Arrumar o cabelo, o rouge, a boca. Os desejos de gostar, a vontade de ser recíproco todo esse anseio de querer ver.

Reparar nos jeitos, nas listras, nas entrelinhas, nos espaços vazios entre uma palavra e outra.
Ah, todos os clichês do mundo. E eles são tão gostosos.

Esperar o dia passar, arrumar a sala e fazer café. Passar a roupa, o tempo e a vontade que não passa.

Esperar pelo olhar, ver de longe, ir lá só pra observar o jeito dele passar a mão pra ajeitar o cabelo, bater a cinza do cigarro, olhar pela janela numa noite quente.

Desejar só andar pela grama, sentar debaixo de uma árvore, olhar as mãos e querer tocar.

Preencher todas as melodias com letras de romances tolos, gostar de sorrir por alguém.

E esse querer é mais que só possuir, é mais que despir só roupa, sem alma. É platonizar todos os amores em um só. Girar pelo salão antes vazio, desejar beijar o bonequinho e esquecer que as bailarinas existem.

4 comentários:

meh disse...

É coerente. É mais difícil se decepcionar quando é platônico, e principalmente quando faz juz literal ao conceito.

Tell Her No disse...

muito bom!

Anônimo disse...

Eu sempre te quis

Anônimo disse...

E por ser platônico é que os sentimentos são tangentes e tão pungentes... Arredios e ariscos, como um gato que se enrosca esperando um não sei o quê, talvez um cafuné, talvez...
Mas é justamente por ser platônico que esperamos mais - e, na maioria das vezes, recebemos menos do que gostaríamos e mais do que merecíamos. Porque idealizá-lo não está sequer no plano das idéias, que dirá no da realidade... Quanto tempo dura uma paixão? E quando a gente quer que aquele sentimento que avassala se transforme em amor? Realidades frias e distantes, como aquela cidade chamada Curitiba...