terça-feira, abril 20, 2010

.poema para um domingo de manhã.



Entrega às minhas mãos como eu me entreguei.
Ergue meus sonhos no alto das mãos, para que eles possam voar.
Desvia-me do chão.
Vem, que essa viagem é nossa. Vai pra lá sem olhar.
Se nós dois, pares, chegamos até aqui
É esse o nosso roteiro secreto de cores e sons.
Não vai. Não vem.
Deixa assim como está. Calado. Pensamentos alados.
Me dá essa cena pra olhar até cansar.
Rabisca as fotos antigas, corta fora esta minha ferida que não sangra nunca.
Calos.
Vem cá. Tá tudo bem. A gente tem direito de ser.
Não olha agora, mas tá lá.
Tá aqui o que a gente vive. Não me obrigue. Obrigada. Volte sempre.
Não vá mudar meus móveis de lugar.
Minhas roupas, teu cheiro. Me traga tudo. Traga teu cigarro em paz.
Tudo meu. Tudo tão seu que já não sei.
Me entreguei.

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