terça-feira, julho 20, 2010

.o peso das horas.


Sim, eu carregaria o mundo por você. Mas carregar o mundo não seria necessário se aí ou aqui existisse menos peso.
Mas há. Há tanta coisa e tão pouco tempo. Há tanta dor e pouca cura.
Tanto que não sei mais se há pouco em mim ou se nos outros existe tanta coisa a se fazer.
É isso de querer demais, de dizer demais, gastando palavras até esgotar todas as frases de efeito.
Não há efeito. Nem reação. Só marcas de uma luta já perdida contra si mesmo a todo instante.
Me carrega um pouco também. O peso do excesso já dói nos meus joelhos.
Me dá aqui a tua mão e deixa que eu guarde um pouco da tua leveza em mim.
Não me leva daqui agora, me espera, me segura pela cintura e não me deixa ir.
Não vai. As horas ainda demoram a bater, fica um pouco aqui. Passo um café e o tempo passa mais lento para que eu possa aproveitar mais de você. E de mim.
É tão frágil. É tudo tão efêmero quanto uma xícara de café a esfriar.
Aquece essa parte do meu coração que é fria como as mãos que estão vazias. Semeia esse quintal de pedra.
Tenho medo de não ter um lugar aonde aportar . Me aperta. Caminha comigo por essa estrada de pó e espinhos, para que ali, mais além, eu possa passar pela grama verde com você.
Assim nascem jardins. É amor. É você.

Um comentário:

Isadora Moema disse...

Este texto representa tudo o que eu gostaria de ter escrito hoje.
Simplesmente lindo!