sábado, maio 19, 2007

O baú da Bic

Estou com vários textos pela metade aqui no pc. Por algum motivo, não ando conseguindo terminar nada. Nenhuma conclusão, nenhum final.

Acho que é porque eu ando numa fase meio "sei lá". Várias pessoas reaparecendo na minha vida, e algumas outras tantas que não consigo tirar do meu caminho. Essas coisas de coração ficaram em segundo plano. Não porque eu me perdi nos meus sentimentos, mas simplesmente elas não estão cabendo no meu momento.

Engraçado como a gente se expõe quando escreve num Blog. As pessoas acabam me conhecendo mais do que eu imagino quando lêem os meus textos. Sempre se identificam com algo. Mas dificilmente deixam comentários aqui. Falam pessoalmente depois.

Então, já que comecei a minha caminhada rumo à exposição nua e crua da internet, vou contar o que eu estive pensando enquanto escrevia este texto. Ah, que fase sem romance. Alguns momentos, mas só momentos de passear domingo na feirinha de mãos dadas com alguém. Depois, dia seguinte, tudo na mesma frieza cinza de Curitiba. Eu gosto de passear. Adoro.

Esses dias eu participei da cena mais bonita e singela dos últimos tempos: estava de mãos dadas no meio dos livros da feirinha, e o ipod tocando a trilha sonora da Amelie Poulain. Foi incrível, as pessoas passando, o sol de meio dia refletindo um dia azul, um abraço e a certeza de estar compartilhando aquele momento sem precisar falar nada.

Adoro cenas assim. Uma outra que marca esses momentos foi uma noite no carro do Henrique, passando pelo museu do olho, todas aquelas cores numa noite clara e tocando Santa Chuva dos Los Hermanos ao vivo. Como é melhor amigo e temos toda a cumplicidade de olhar e entender o valor de uma cena assim, ficamos em silêncio, coração apertado, só assistindo ao nosso filme ao vivo e que ninguém mais teria fora nós.

E você, do que se lembra? Convido nossos caríssimos leitores para uma viagem interessante agora. Você talvez não se lembre quem foi a sua primeira professora, mas jamais esqueceria daquele primeiro amor de colégio. Você deve se lembrar do cheiro de brigadeiro nas vésperas das suas festinhas de aniversário, por mais que não tenha a mais pálida idéia do tema que era a sua festa de 5 anos. Eu me lembro da minha vó, ela não se lembra mais de mim. Eu me lembro daquele abraço de adeus que parecia ser temporário, mas acabou se tornando eterno. Me lembro do gosto de cabo de guarda-chuva da ressaca do meu primeiro porre.

Eu me lembro das margaridas na entrada da casa onde fui criada. Lembro do jeito que eu amassava a roupa da minha mãe enquanto ela me segurava no colo quando eu era pequena. Ainda me lembro de como era acordar ao lado de alguém que eu amava. Lembro também dos passos sem chão que eu dei logo depois que eu deixei um grande amor no portão de embarque do aeroporto. Com certeza eu vou lembrar do dia em que fui de vestido longo ao Retrô depois da formatura da Bia. Lembro da primeira vez que eu almocei com a Ana e a Ci. Eu me lembro da primeira vez que eu vi alguém e senti borboletas na barriga, mas não recordo de como foi a última vez que eu vi essa pessoa.

São essas coisas que fazem a vida ser mais colorida. Pequenos detalhes, as coisas que na hora parecem banais, mas que nos tornam pessoas mais legais quando damos valor à essas coisas. Eu adoro as minhas lembranças e as trato com muito carinho quando tiro o pó delas antes de guardá-las no meu baú outra vez. Faça isso periodicamente, talvez isso mostre como é legal viver.

6 comentários:

Paula disse...

Eu me lembro da minha festa de cinco anos,foi do ursinho pooh,em uma casa de praia em araruama.Minha madrinha me deu uma barbie do camelô,e teve bolo de chocolate,ganhei um celular de plastico rosa, e vestia uma blusinha branca com flores com um short amarelo.Ah e meu gato siamês fugiu atrás de um sapo.Nesse dia aprendi que não se deve convidar pobre para minhas festas infantis.

´Lembranças não são simples recordações que devemos tirar do báu de vez enquando para tirar o pó.Devem estar vivas sempre pq algum dia, algumas delas foram responsáveis pelo que nos tornamos hoje.Somos feitos de alegrias,tristezas,ilusões,desilusões,paixões,ex-amores micos e todo o resto.Tudo depende da forma com que você administra.

Não deixe de viver nenhum dia,pois tempo e precioso.Não deixe de amar nunca,pois você foi feita disso.Se apaixone quantas vezes for necessário.Ou fique sozinha de vez enquando.É importante para nos auto-conhecer..aproveite,viva e lembre-se sempre daquela festinha de cinco anos,do quanto você era feliz,para nunca esquecer que a vida vale a pena ;)

só faltou dizer mas nunca esqueça do filtro solar
hahahahaha
ok não teve graça.

bjo bic

Artur Guarnieri disse...

A casa em que fui criado visito aos fins de semana, minha vó ainda vive lá. Para mim a casa é fantástica, e me enche de alegria ver que crianças como dois primos, um de três e um de quatro, ali são criados. Lembro quantas coisas imaginei naquele quintal, quantas coisas criei, tais como acampamento militar e casa de madeira para passarinho. Lembro ainda de uma fase a frente, quando realizava festinhas havaianas. A primeira garota que lá eu levei, e a vez que roubei uma garrafa de vodka e me embriaguei. A casa simplesmente construiu a primeira parte da minha história. Até as lembranças que não deveriam ser boas se tornam fantásticas a cada visita, e não há nada que me faça arrepender de nela ter começado tudo. Essa casa é um sujeito ímpar, e creio que não só na minha vida, mas na de todos da família, e até amigos que frequentaram.

Unknown disse...

Ah... quero recuperar as minhas borboletas.

Cal Castro disse...

a este é o mais facil de comentar
pq ficou simplismente lindo...
eu axo q qdo uma mulher tem a condiçao de escrever é pq ela tem muita vida pra contar, muita feminilidade pra ser sensivel, e muito corajosa ao se expor..
e vc é tdudo isso e mais um pouco
meu power ranger de star vermelhoo
te amoo

Hein, rique disse...

Eu lembro que eu fui um dos primeiros, junto com a natália, a saber que vc ia fazer marketing na tuiuiu...a primera a deixar o maldito cursinho...

...mal sabia que era o inicio da nossa saga eterna pela facul..que perdura até hoje...


bah.

boas lembreanças revigoram meu espirito. e em uma boa porção delas, vc ta, bique.

;*

Dayday disse...

Lembro do tiozinho da banca de doce na frente do colégio que em todos os anos, no dia das crianças, fazia cestinha de balas, salgadinhos e bombons e dava pra gente!

E lembro da minha coleção de papel de cartas, e o mais legal, o dia que uma amiga e eu compramos uns doces, aqueles doces de bar, montamos um balcão na frente do portão de casa com dois tijolos de cada lado e uma tábua em cima, e começamos a vender os doces.
Tivemos apenas uma cliente. Minha própria irmã! Ahahahahahaha... Isso foi demais!
Sinto saudades dessas lembranças de baú!

Beijo Bic!
Como sempre arrasando com seus textos!