sábado, maio 26, 2007

Só levo a saudade...[mion-bic reply]

Ir embora é uma espada de dois gumes.
Já tanto li de gente que fica, e nesses textos parece tão cruel o ponto só de quem vai, e quem fica é quem sofre... mas não é bem assim.

Nunca foi muito fácil, tampouco escolha, ir embora de lugar algum pra mim.

Quando eu era menor, e queria ficar em Foz pra além de férias, era arrastado aos berros pro carro. Quando eu queria ficar em Curitiba, pintou a oportunidade de fazer ESPM pela terceira e última vez. Vim relutante, sem saber se era aquilo mesmo que eu queria fazer, e com o coração na mão. Só me dei conta do que havia feito realmente quando sentado sozinho na pequena cama do quarto da pensão, vazio e sem nada, ouvi o distanciar do carro dos meus pais.

Aí chorei bastante.

Vi que não foi fácil chegar, pois me estabilizar foi complicado. Em um ano de idas e vindas a Curitiba - muitas dessas foram como as que a Bic descreveu, despedidas sem cara de tal, como se logo fosse aparecer de volta. Assim é mais justo, em alguns casos. - arrumei mais um lado pra ir embora. Limeira.

Agora além de Curitiba e Foz, tem Limeira. Esse lado é o mais novo de todos, e é o que tem mais me marcado por enquanto. Eu sinto uma falta tremenda de uma parte de Curitiba - os amigos, as saídas, as risadas e o frio - mas o resto não. E esse resto não vale a pena ser citado. Não tenho saudades.

Mas limeira tem meu amor. Meu amor, o amor novo, um partir que dói de outro jeito. Entrar no ônibus é uma sensação que eu adio até o último instante, tanto que eu coloco minhas coisas e fico na porta me despedindo até que o motorista passe por mim.

Eu vou pra sampa com um travesseiro embebedado de perfume, por não conseguir ficar tão longe assim de algo bem presente. Chego em casa, tem scrap dela, da bic, e de bons amigos.
Tudo isso me move, me dá motivos pra seguir levanto porrada da solidão, pra caminhar e enfrentar com vontade toda a dor da saudade....

..é tudo o que vale a pena...


Agora alguém me considere um crápula por ter que ir embora de tantos lugares e queridos e lugares queridos!

-Vamos!

2 comentários:

Bic Muller disse...

Eu te amo sempre. É um amor mais ou menos assim: Não importa mau humor do outro, não importam as lágrimas e a vontade do mundo acabar, a amizade sempre foi a mesma..
o sorriso, as visitas de madrugada, pipoca com muito sal, pessoas estranhas que surgem do nada..
Tempos planos, sonhos compartilhados, o projeto das flores na janela pra gente lembrar que é feliz..
Meus amores vem e vão, você é constante na minha vida.. as despedidas nossas nunca têm cara de adeus, pois sabemos que estamos unidos por uma amizade de almas..
Ontem eu chorei, fiquei puta da cara em casa com vontade de sair.. peguei o celular e me lembrei que não dava pra você vir aqui rir comigo.. isso doeu, mas é dor que passa, ela é breve como o tempo pra gente se encontrar de novo.. amo você!!

Artur Guarnieri disse...

Não é crapula aquele que vai sem vontade. E, talvez, não seja um crapula aquele que quer sumir. Cada um possui um motivo, ao menos que exista lógica nesse ir e ir, ao menos a emocional.

A vida, assim acredito, é assim. E esse assim, é bem mais complexo que qualquer explicação que eu pudesse dar.