sábado, setembro 15, 2007

Bic com açúcar [You're my favorite flavor]


"Ela sempre esbarra nas pessoas e tropeça nas pedrinhas.
Ele caminha pisando na grama onde não tem plaquinha.
Ela carrega seus livros e seus sonhos entre seus braços.
Ele chega e limpa seu all star no tapetinho de "home sweet home" na entrada de casa.
Ela canta uma canção que "é perfeita no seu tom" e morria de vergonha de cantar pra ele.
Ele atravessa a rua fora da faixa e ela ralha com ele.
Ela sempre ralha com ele com um sorriso no canto da boca, como se perdoasse mesmo antes de brigar.
Ele chega em casa seguindo o cheiro do café que invade as escadas.
Ela perfuma a sala antes dele chegar.
Ele gosta mesmo é do cheiro da pele dela.
Ela sente o perfume dele no travesseiro e dorme.
Ele fuma seu cigarro na janela enquanto olha a dança engraçada que a fumaça faz antes de dissipar.
Ela acha lindo o jeitinho dele dançar.
Ele sempre a beija antes de dormir.
Ela beija ele com cuidado pra não o acordar."

Escrevi este texto para o meu fotolog, achei digno postar aqui também, pois ele fala de uma maneira singela desse amor "chá com açúcar mascavo" como disse o Victor nos comentários do post anterior. Eu penso que finalmente quero viver um amor sem pretensões de ser tema de música da novela das 8. Esse amor cotidiano e claro, amor de gostar nas coisas banais, de dividir a xícara de chá, de fazer pequenas surpresas, caminhar de tarde no parque e deixar a noite alcançar os dois sem nem notarem a presença das estrelas.

Meu amigo definiu bem o que ele quer esses dias, quando disse pra mim que procura uma "namorada brother". Eu entendi bem o que ele quis dizer com isso, e conclui que também quero um companheiro pra dividir meus anseios e esquentar meus pés nos dias frios, mas de encarar um boteco sem aquele estigma de casal que já sai propenso a um dos dois fechar a cara meia noite e irem embora brigando à uma da manhã.

Quero alguém do meu lado que possa se divertir sem se isolar comigo, que dê risada quando o filme que os dois alugaram é ruim de doer, que tope acabar num programa de índio com os amigos, mas leve isso tudo com humor...quero poder brigar feio e depois fazer as pazes, porque a reconciliação sempre tem um gostinho apimentado...quero alguém de boa, bem de boa, mas que não seja um banana...

É, eu sei, to ficando cada vez mais exigente quando eu peço pra ter ao meu lado alguém tão simples e descomplicado assim.



ps: se alguém tiver, favor me passe o telefone do vocalista gato do The Films:

3 comentários:

Dnn disse...

Ah Bic

acho que o casamento de aparências não está mais em moda hoje em dia, como no seculo passado. As pessoas querem apenas ser felizes nesse mundo super cheio de coisas =)

Acho que é preciso de realmente muita sorte para achar uma pessoa tão perfeita para nós, uma pessoa do jeito que você descreveu.

Acho que talvez o próprio amor torna as pessoas perfeitas a nosso ver. As vezes ela nem é. Mas o amor nos impede de ver as falhas =)

e vemos só a bonança que você descreveu no texto :)

quem sabe né... é uma possibilidade :P

Artur Guarnieri disse...

a felicidade é simples, nós que complicamos tudo.

Hein, rique disse...

não é a gente que complica tudo. fosse assim, era só a gente parar e tava tudo resolvido.


todomundo complica de um lado ou de outro. mas enfim. o esquema é, que uma hora ou outra, a gente descobre, dentre as mil obviedades do cotidiano, a resposta as perguntas.

o amor querido bem na sua frente, o tempo todo, e vc se recusando a olhar logo ali.


é um despertar, e tudo o que vc quer fazer com alguem um dia, breve pode ser, ha de acontecer.

mas pessoa perfeita nao há. vc se molda a ela, e vice versa. é uma gostosa troca de gostos e particularidades.

boto uma fé