Suas irmãs, possuídas pela Inveja, começam a colocar dúvidas em Psique, afirmando que ela não poderia amar alguém que nunca tinha visto. Ela era feliz...mas as dúvidas....ah, as dúvidas tomavam seu coração. Até que uma das noites, depois de fazerem amor, enquanto ele dormia, Psique iluminou o rosto de Eros com uma lamparina. No momento em que viu aquele rosto tão perfeito, deixou com que uma gota de óleo quente caísse sobre seu ombro. Ele acordou atordoado e disse: Vou embora, pois amor sem confiança, não vive.
Ele partiu sem rumo, ela caiu em sono profundo...
Um texto de Fernando Pessoa, com o título Eros e Psique, mostra essa nossa eterna procura por alguém.
“ (...) Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado
Ela para ele é ninguém (...)
(...) E, vencendo estada e muro,
Chega onde em sono ela mora...
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.”
Essa nossa procura, que por vezes esquecemos, é e sempre foi por nós mesmos. Queremos alguém que nos complete, alguém que possa fazer parte de nós, que entenda o que sentimos, mesmo que essa pessoa não seja nada daquilo que projetamos na nossa “novela das 8 de ideal”.
Eis que sempre vem a Razão pra trazer alguma dúvida, e o Amor não suporta, porque ele é cego, ele vê com outros olhos o que a razão não é capaz de enxergar.
Eu sempre fui passional, impulsiva, exagerada como todo bom artista nesta vida deve ser. Idealizar o amor nos torna céticos diante de relacionamentos, e nos torna frios diante da realidade sem poesia e canções. Nossa, que confuso! Sim, exatamente. Quem sente demais, acaba por ser frio na vida real, longe dos livros.
É um paradoxo. O amor é um. A vida é. E eu não fujo do fato de também ser.
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