quarta-feira, janeiro 31, 2007

Depravar-se [Dancing With Artur]

Deus me canta uma canção no abismo e os pássaros gorjeiam em retirada.

As crianças brincam de correr, e os homens brincam...

Estou morrendo todo dia, e morro mais feliz que ontem.

Confundo vida e morte quando um carrega o outro; e eu, carrego os dois.

Todo dia que ganho, é um a menos que me soma mais.

Uma soma desconexa.

O meu primeiro dia de vida foi o início da contagem regressiva.

75... 4, 3, 2, 1... O primeiro passo é sempre definhar...

Essa lógica finge que não tem sentido.

Eu gero para degenerar.

Eis que o ápice da vida se dá aos vinte e cinco anos; o topo do ciclo.

Mas, regressivo ou progressivo?

Aproveitem meus caros...


Nouvelle Vague - The Killing Moon

Novela Velha [Dancing With Bic]

Amor X Razão. É sempre essa questão. Desde Eros e Psique, dois personagens gregos (de uma das histórias mais belas da Mitologia Grega) a questão amor e razão se debate num confronto inevitável. Na lenda, Eros é a personificação do Amor, lança suas flechas nos mortais faz com que se apaixonem. Psique, apesar de mortal, é uma das mais lindas criaturas sobre a Terra. Ela representa a Razão, o pensamento. Ele, na hora de flechá-la, se fere com sua própria lança, entrando no paradoxo de O Amor se apaixonar por alguém. Casa com ela em segredo e a leva para uma casa, aonde chega ao anoitecer, e parte antes de amanhecer o dia. Ela jamais poderia ver seu rosto. O amava no absoluto escuro e era feliz assim, mesmo sem poder vê-lo.

Suas irmãs, possuídas pela Inveja, começam a colocar dúvidas em Psique, afirmando que ela não poderia amar alguém que nunca tinha visto. Ela era feliz...mas as dúvidas....ah, as dúvidas tomavam seu coração. Até que uma das noites, depois de fazerem amor, enquanto ele dormia, Psique iluminou o rosto de Eros com uma lamparina. No momento em que viu aquele rosto tão perfeito, deixou com que uma gota de óleo quente caísse sobre seu ombro. Ele acordou atordoado e disse: Vou embora, pois amor sem confiança, não vive.

Ele partiu sem rumo, ela caiu em sono profundo...

Um texto de Fernando Pessoa, com o título Eros e Psique, mostra essa nossa eterna procura por alguém.

“ (...) Longe o Infante, esforçado,

Sem saber que intuito tem,

Rompe o caminho fadado.

Ele dela é ignorado

Ela para ele é ninguém (...)

(...) E, vencendo estada e muro,

Chega onde em sono ela mora...

E, inda tonto do que houvera,

À cabeça, em maresia,

Ergue a mão, e encontra hera,

E vê que ele mesmo era

A Princesa que dormia.”

Essa nossa procura, que por vezes esquecemos, é e sempre foi por nós mesmos. Queremos alguém que nos complete, alguém que possa fazer parte de nós, que entenda o que sentimos, mesmo que essa pessoa não seja nada daquilo que projetamos na nossa “novela das 8 de ideal”.

Eis que sempre vem a Razão pra trazer alguma dúvida, e o Amor não suporta, porque ele é cego, ele vê com outros olhos o que a razão não é capaz de enxergar.

Eu sempre fui passional, impulsiva, exagerada como todo bom artista nesta vida deve ser. Idealizar o amor nos torna céticos diante de relacionamentos, e nos torna frios diante da realidade sem poesia e canções. Nossa, que confuso! Sim, exatamente. Quem sente demais, acaba por ser frio na vida real, longe dos livros.

É um paradoxo. O amor é um. A vida é. E eu não fujo do fato de também ser.

Novela Velha [Dancing With Artur]

Se existir é raciocinar, e o amor é uma sensação. Logo, o amor não é um ente. O amor não é uma coisa, o amor nem existe! E esse argumento não me serve... Então, permita-me mudar. Reformulando: Se existir é pensar, e o amor não pensa. O amor sente. Então, o amor não existe? - Espere um segundo, eu devo ter cometido um erro. Vamos lá: - Se o amor não pensa, o amor sente. E existir é pensar, o que será de George W. Bush? Droga, de novo. Só mais uma vez!

– Meu carro é um jaguar. O Jaguar tem quatro patas. Logo, meu carro é um quadrúpede. Hmmm, o professor me ensinou assim... Bem, vamos ao que interessa. Pensar sobre o amor, ou qualquer espécie de relacionamento às vezes nos leva ao erro e nos tira a felicidade. Portanto, uma primeira conclusão: Pensar demais estraga. Mas eis que nos surge um dilema; pensar de menos fode tudo. E o que fazer nesse caso? - Se eu soubesse, te vendia o segredo. Pois não adianta, todos estamos fadados a errar. Mais tarde ou, agora mesmo, você irá fazer uma grande cagada na sua vida. Um segundo vai determinar sessenta dias, ou, muito mais. Nem um orgasmo tem essa duração (exceto se você for um porquinho ‘Bollywoddyano’ com dote pra leitura e estiver aqui).

E o que pode determinar um exemplar modo de amar? Ora, não seja tolo. Até Hitler foi capaz de amar. O amor é popular, mas nem todos têm - Eis um prognóstico para muitas existências – podemos todos amar, mas isso não quer dizer que tenhamos correspondência, ou correspondência à altura. E ainda existem as pessoas incapazes de amar, que usam sua auto-ilusão e dizem acreditando na própria mentira que amam. Agora, eu queria ser grego, e cada dia nomear um amor diferente, ou, indiferente. E voltando para onde eu não devia ter saído: amar raciocinando ou simplesmente se entregar? Droga! Raciocinar demais às vezes me leva a pensar que não sou digno de um amor, e outras vezes me faz pensar que merecia um amor maior que o que tenho. E nossa... como é bom me entregar, sem pensar, só querer, e dar amor puro. Como é bom vê-la adormecer nos meus braços e ficar sem atenção... Nossa... pensar em perder isso, me faz pensar... - Entenderam, ou querem que eu desenhe o abstrato? Pois então, pego meu pincel mágico e desenho um sol vermelho pra iluminar o obscuro ilógico que desconheço conhecendo.

Não há jeito meus amigos, não há flores ou canções que mudem a rota. O que deve ser ou é, ou nunca foi - Simplesmente acontece – dia menos noite.

Dar letras ao amor é a função do poeta, entendê-lo não é nossa função. Aceitá-lo é o que nos cabe, dentro de toda limitação e falta de argumento. E acima de tudo, cultivar o amor próprio, pois esse é divino.

A propósito: Se o amor é vermelho, e vermelha é a flor. Logo, o amor é uma flor e eu sou piegas.

- Tudo bem, parei.


Ouvindo Nouvelle Vague - Dancing With Myself




sábado, janeiro 27, 2007

Conto de Fadas?!?! [mion's doubt]

A história é aquela : trocar o certo pelo duvidoso.
Sim, cabei de viver um desses casos.

Segundo a pira da guria, era tudo o que ela queria de um namorado. Sim..mas era o que realmente importava? Não...quem detinha a senha do coração de lá era um errado, que de um fora e não explicou nem daonde veio, nem praonde saiu.

Eu realmente não entendo nada desses mistérios femininos. Conheço, mas não entendo.
E a resposta tá na dúvida delas..cadê o príncipe?

Não se acha a pessoa certa se ainda se está com o foco na errada. Então tem que mudar, né? Pra onde? Quem sabe as dicas do ser estejam "escondidas" num gesto gentil de toda vez que se vê, ou numa palavra de incentivo, ou numa adulação exacerbada, feita pra rir e descontrair mesmo.

Meu caso é bem aquilo. Como que poderia saber o ideal dela, ou identificar as coisas em mim que batiam exatamente com as piras de lá? Fui amigo. E de repente, eu tava ali, era o resultado da pira dela por antecipação (eu não sabia, e quando soube, não precisei mudar quase nada)...mas essa maldita insistência de que pode mudar, curar, transformar alguém deve ter tomado a decisão contrária. E é balela. Química porque o cara é errado? O objetivo de mudança? Egoismo, supremacia, bobagem, perda de tempo.

Então o que deveria fazer eu nisso tudo?
Mudar meu foco também, quem sabe (é bem difícil pra mim, pelo menos) funcione.

E é usando a razão pra mediar com a emoção que se consegue algo de bom disso tudo.
Rola. Um melhor amigo que te entenda melhor que o mundo inteiro de errados PODE - não que também signifique exatamente que seja, mas que a categoria deveria significar opção - ser o cara que se espera mas não se enxerga.

fim.

(los hermanos - o vencedor)

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Conto de Fadas?!?! [bic's doubt]

Passo boa parte do meu tempo ocioso tentando em vão entender os sentimentos das pessoas. Em vão, como já disse, porque reramente chego à uma conclusão.
Hoje numa conversa com um amigo percebi a capacidade da mulher de escolher o duvidoso ao invés do certo.

E acho sinceramente que isso se dá ao fato que a mulher encara o homem como uma missão de vida, por mais temporária que seja.

Ela pode passar a vida toda tentando mudar um idiota, ao invés de gastar esse esforço para aproveitar um relacionamento legal.
Mas isso não é tão simples. Um homem não precisa ser só bonito, legal, sério e respeitoso, que ligue no dia sequinte e mande flores no aniversário de dois meses da primeira TPM dela. A mulher quer química, quer paixão, quer sentir diferente. E não interessa se isso vai representar uns beijos na balada ou um casamento sólido.

Nós queremos sim um cara que nos ame de manhã com bafo, queremos alguém que entenda os nossos sonhos mais ridículos, queremos que o homem avise quando sai com os amigos sem ter que mentir, queremos sim que ele ligue no dia seguinte.

Mas a capacidade da mulher de se apaixonar por um babaca vem da tal missão que ela encara quando o maldito não liga no dia seguinte, quando ele nunca dá satisfação de nada, quando o desgraçado manda cantadas baratas no Orkut pra outra. Ela acha que se algum dia ele ligar, se ele mostrar um pingo de afeto ou consideração por ela, se ele colocar a porcaria do status "namorando" no Orkut, esta batalha foi ganha. ELA mudou o canalha, ELA despertou os sentimentos mais puros dele, ELA é melhor que todas as biscates que ele dava em cima no Orkut. Sentiram o peso do Caps ligado? Exatamente. É isso. Essa batalha toda é contra nós mesmas, essa missão envolve os nossos sentimentos mais tolos. É a satisfação pessoal de ser mais bonita que as outras garotas que ele tinha, é fazer um cara mudar por ela, é achar, em sua doce ilusão de filmes da Sessão da Tarde que venceu todas as possibilidades de dar errado (no caso, o duvidoso) e transformou AQUELE CARA em certo.

Culpa das historinhas infantis, que nos diziam que se a gente beijasse o Sapo, ele viraria o Príncipe encantado.

Mas cadê esse príncipe? Segundo uma amiga, os nossos príncipes caíram de seus cavalos brancos de cabeça no chão. Ou morreram, ou estão em coma profundo. É a única explicação.

terça-feira, janeiro 23, 2007

Take it, or leave it [bic's doubt]

(Essas coisas de gostar...)

Sempre tento fazer meus textos como uma outra forma de ver as coisas. Um exercício meu, que trato com um sabor especial.

Eis que o tema desta semana foi “essas coisas de gostar”. Sabe? Essa coisa de sentir um frio na barriga quando chega uma mensagem, e a vontade de quebrar o telefone quando a mensagem é um torpedo promocional da operadora.

Aquela espera gostosa pela pessoa entrar no MSN. Tentar arrumar um assunto qualquer pra ficar só mais um pouquinho.

Eu particularmente ando sentindo falta dessas coisas de gostar de alguém. Falta de todo esse romance “Los Hermanos” que a vida moderna e os relacionamentos - relâmpago andam nos tirando. Aquela vontade de conhecer alguém melhor, de descobrir os pensamentos de alguém, de acordar pensando na pessoa e dormir torcendo pra sonhar com ela.

Todo o flerte de falar nas entrelinhas o que está sentindo, passear de mãos dadas, andar no mesmo passo, passar as mãos nos cabelos de alguém, e todos esses jogos de palavras que a gente faz quando sente algo a mais.

Essa conquista demorada, as indiretas, um carinho maior, a expectativa...

A gente acaba se fechando pra esses momentos, porque depois deles sempre bate aquela insegurança de gostar demais de alguém, de não ser recíproco, de um dia acabar toda aquela sensação de ter alguém por perto.

E nesse mundo descartável, é mais fácil pular toda “essa coisa de gostar” de alguém e ficar só por ficar. Um desperdício de beijos em noites longas e vazias, desperdício de palavras ocas e sem sentido, desperdício de sentimentos que perdem sempre pra praticidade de ter alguém só por um dia.

Take it, or leave it [mion's doubt]

Como este é um blog essencialmente de piras sentimentais e gerais, lá vai mais uma.

Esses tempos comecei a papear com um antigo contato do orkut. Sim, uma guria bacana, que a princípio não despertava em mim nada além de algumas conversas sobre algumas coisas. Porém, isso foi mudando - conforme alguns gostos musicais e literários foram surgindo lá e batendo com os daqui. Quando vi, me peguei pensando nela e imaginando se não era apenas aquilo que havia me despertado um gostinho por (havia de existir algo a mais).

Então vi :
A beleza peculiar, antes passada despercebida, agora era evidente.
O medo de sarcasmos foi embora, pois havia uma reciprocidade.
Conversas longas e gostosamente conhecedoras - continham desde papos sobre letras de los hermanos a elogios discretos porém pertinentes e bacanas.
O nome dela aparecia desde então todos os dias no detector de curiosos do meu orkut.

Alguns dias surgiam frases como "isso que dá por pressão no destino" e "isso é culpa de por muita expectativa" (quando havia dificuldade de o Skype funcionar). Esse era outro ponto conjunto : a curiosidade-expectativa. Queria saber (e fazia questão) de me ouvir em skype, me esperando madrugadas para tal e afora para conversar. Na minha vontade de saber qual o som da voz dela, sugeriu que gravaria um vídeo pra eu saber. E assim o fez. Ia tudo bem e eu felizão com a novidade e com os convites de ir lá na cidade dela pra visitar.

Mas então, depois de tudo isso, quando eu comecei a pensar que podia ser.. o papo mudou uns porcento. Parece que ela amarelou, sei lá. Tentei pensar o que poderia ter acontecido, noiei. Mesmo ela me esperando na net até as 5 da manhã e tal, noto algo de diferente no proceder ali. Parece evitar, esquivar-se. Não dispõe mais da mesma atenção ou questão, mas não deixa muito barato também.

Bah. Queria fazer as coisas direito.


Só pra constar, odeio esse poder de decisão feminino. Por mim, já era, tava massa. Então quando penso que tá pra ser, algo sempre acontece. Agora o quê? Mas nada ainda de fato aconteceu nem pra sim nem pra não, e o nomezinho continua pipocando no meu orkut. ^_^

Segundo a frase final de um scrap dela falando sobre a minha, até o momento, paz de coração por tê-lo feliz : "quem sabe, hum..hahaha".

É ótimo gostar de alguém. O saco é esse efeito-colateral que pode e vez ou outra surge.Enfim.
Queria alguma coisa concreta, ou então vide o título desse texto!